segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Morri e Agora? A Enfermeira




A Enfermeira

Sônia estava atrasada para o trabalho. Depois de aprontar seus filhos para a escola chegou no hospital onde trabalhava. Ao atravessar a rua correndo é atropelada por um veículo. Logo os funcionários do hospital a socorreram. Ouvia seus colegas de trabalho dizendo que seu estado era muito grave. Durante o atendimento um dos médicos declara que estava morta.

Sônia entra em desespero, pois se sentia viva. Ouvia tudo que acontecia a sua volta. Suas amigas enfermeiras choravam e lamentavam sua morte. Porem uma voz de alguém que não conseguiu identificar diz que sabe que ela estava viva e que deveria se acalmar.

Ouve a voz dizendo que seria levada para um local mais tranqüilo e que deveria se acalmar. Sônia ainda sem entender nada conclui que seria levada para a U.T.I. Ao mesmo tempo continuava ouvindo choros e lamentações em sua mente.

Dormiu e ao acordar do sono em que se encontrava viu que estava em uma enfermaria, mas que não sabia onde ficava esta enfermaria. Achou estranho o fato de não encontrar os ferimentos que havia no seu corpo depois do atropelamento.

Um médico que nunca viu na vida entra no quarto e questiona se está bem. A esta altura ela acreditava estar saindo de um coma e que estava em outro hospital. Então ela pergunta para o médico:

- Onde estou?
- Você está na outra parte do hospital.
- Que outra parte? – indaga curiosa.
- Na que fica do outro lado – respondeu uma das senhoras que se encontravam no quarto.
- Lado, que lado?
- Do além – diz a senhora baixinho e rapidamente.
- Sônia – falou o senhor médico -, você compreenderá aos poucos.

Sônia fica aborrecida, finge dormir. Quando todos saem do quarto ela escapa. Passa por um corredor e vê uma escada. Logo reconhece o hospital onde trabalhava. Então volta para o quarto achando estranho o fato de nunca ter visto aquela parte do hospital onde trabalhava. Em um segundo momento ela foge do hospital.

Sem saber como ela chega na casa onde morava. Tentava por os objetos no lugar, mas percebeu que não os conseguia mover. Depara-se com seu filho e sua mãe e se surpreende pelo fato deles não a conseguir ver. Ninguém na casa a conseguia ver e ouvir. Sônia acha tudo estranho e acredita que a família estava irritada pelo fato dela ter fugido do hospital.

Isso durou semanas.

Aproveitando que sua mãe iria ao hospital pegar algumas coisas dela, Sônia vai junto. Ao chegar no hospital não encontra mais as escadas por onde havia fugido e perde sua família. Vai até a área de doentes terminais onde trabalhava.

Viu um senhor em estado terminal que já conhecia pelo fato de ser rude e mal educado com os funcionários do hospital que tratavam dele. O senhor tem o estado de saúde agravado e morre na sua frente. Sônia vê dois vultos escuros entrando no quarto. Um deles puxa o senhor da cama com força fazendo com que o senhor se transformasse em duas pessoas. O que ficou na cama estava morto e quieto. O outro parecia desesperado gritando e desaparecendo com o vulto. Pouco tempo depois uma senhora no mesmo local falece orando. Uma luz muito forte a envolve e a divide em duas, uma fica no leito e a outra é levada pela bonita luz.

Sônia assustada com tudo que estava vendo se depara com a mesma mulher que cuidava dela quando estava na enfermaria. Então fica sabendo que na verdade não possui mais seu corpo físico. Mas que continuava viva já que seu espírito não morre. Sônia fica ciente de que estava morta.

Levada novamente para enfermaria fica sabendo que já estava morta a oito meses. Pelo fato de ter dormido muito e ter ficado desorientada perdeu a idéia de tempo. Entendeu como chegou em casa. Foi através da volitação, uma espécie de viagem no espaço/tempo feita pelos espíritos de forma inconsciente ou consciente (quando se estuda para isto). Já o fato de ter conseguido trocar de roupa é explicado pela possibilidade que os espíritos possuem de “plasmar” objetos através de sua força mental.

O senhor que havia morrido e levado pelos vultos negros levou uma vida praticando maldade. Pessoas que sofreram estas maldades e que não o perdoaram o levaram para regiões trevosas com o objetivo de vingar-se dele. Já a senhora foi uma pessoa bondosa fazendo grandes amizades. Estes bons amigos a levaram para regiões melhores onde encontraria outros amigos e parentes para seguir sua vida como espírito.

Existe ainda a situação de morte vivida por Sônia que continuou por muito tempo ligada ao corpo material e por este motivo ouvia as vozes de seus parentes e os reflexos do seu corpo como se ainda estivesse dentro dele. Sônia só foi desligada do corpo 2 horas antes do enterro e precisou passar por um tratamento na enfermaria por todos estes meses. Muitos se recusam a abandonar o corpo e acabam sendo enterrados junto com ele.

Sônia se preocupa pelo fato de seu marido desejar ser cremado no lugar de ser enterrado. Então lhe explicam que nos crematórios existem equipes de espíritos socorristas especializados em realizar o procedimento de desligamento do espírito antes do inicio da cremação. Os bons espíritos são levados para colônias onde irão aprender a viver esta nova vida. Os espíritos imprudentes que não aceitam a morte ou a ajuda ficam a vagar ou retornam para a casa de seus familiares aqui na Terra até que um dia estejam prontos para receber algum tipo de ajuda.

Sônia é transferida para uma colônia no plano espiritual onde aprende a viver e a ser útil nesta nova forma de vida. Tempos depois é convidada a enfermeira socorrista no mesmo hospital que trabalhou quando viva.

E a vida fantasticamente continua.

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